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Alimentação

Minha paixão pelo alimento

Meu nome é Taynara Girardi, tenho 21 anos e sou estudante do último período de nutrição da universidade estadual do oeste do Paraná. A minha paixão por nutrição veio aflorando aos poucos, sempre tive em mente que os nossos resultados nada mais são os frutos que cultivamos. Este conceito é válido em todos os sentidos. No meu caso, sempre soube que quanto mais pudesse investir em conhecimento, melhor seriam os resultados na saúde dos meus pacientes. Este cultivo é extenso, porém muito prazeroso.

Hoje tenho uma boa relação com a comida, e com o meu corpo, mas nem sempre foi assim. Consegui com muita força de vontade e conhecimento. Sair da montanha russa que é o efeito iô-iô. – e por isso sei muito bem o que sente o leitor, ou o que sentem as pessoas que me consultam, quando se entra em um ciclo vicioso do engorda-emagrece-engorda-outra-vez e de sentir se incapaz de chegar a um resultado sustentável. Sei como é olhar para o espelho e não gostar do que vê. Tal como muitos de vocês, eu já tive uma relação complicada com a comida e com a balança. Sei o que se pensa, os sentimentos que nos avassalam, e sei que é uma dor imensa. Sei o que é querer mudar e não conseguir. A frustração e a perda de confiança. Mas também conheço o sabor da vitória quando se consegue. E é esse sabor que quero passar aos meus pacientes.

Nasci e ainda resido em Francisco Beltrão – Paraná, onde também estou concluindo a graduação. A minha história com a Nutrição é engraçada. Era aquela criança que amava comer frutas e vegetais, graças ao esforço que minha mãe aplicava com relação a isso, lembro que dificilmente eram ofertados alimentos tais como salgadinhos, guloseimas e diversos outros alimentos pobres nutricionalmente, normalmente os consumia nos finais de semana ou em alguma data especial, como toda criança, eu adorava, porém desde cedo fui incentivada a compreender que deveriam ser de consumo esporádico, e a alimentação saudável tornou-se prazerosa para mim.

Quando entrei na adolescência, naquela fase de tentar entender o mundo e a si mesma, passei por momentos complicados, vivia em uma preocupação enorme com a aparência física, o que por muitas vezes me causava sentimentos de baixa estima e busca descontrolada pelo corpo perfeito, o que por muito tempo me tornou uma pessoa retraída e que sentia vergonha de aparência física. Eu fazia dieta, parava por um período, fazia em um outro dia, parava novamente… e assim brincava com a minha saúde. Por esta altura, decidi começar a experimentar várias dietas, mas assim que passava fome desistia. Pela minha própria experiência percebo que planos alimentares demasiado restritivos ou rígidos, simplesmente não atingem um bom resultado. Passei várias vezes pela frustração de pensar: “eu não vou conseguir, não vai dar, não consigo...” e assim foram por vários anos de minha vida, aumentando e baixando peso, nesse ciclo vicioso do engorda e emagrece, e na insatisfação corporal.

Nesse contexto, a necessidade de mudanças nos meus hábitos de vida eram emergenciais, tanto pelo aspecto da saúde quanto pelo lado psicossocial.

Sendo assim, iniciei mudanças progressivas no meu estilo de vida, me tornando uma pessoa mais ativa fisicamente e fazendo boas alterações na minha alimentação. Entretanto, foi em uma academia de musculação do meu bairro que eu encontrei o ambiente que precisava para mudanças efetivas em meu corpo e na minha mente, e logo aquilo que eu tinha de início como uma obrigação, tornou-se uma atividade indispensável e prazerosa na minha rotina. Foi a partir desse momento que a Nutrição entrou na minha vida para nunca mais sair. Por esta altura, percebi que esse era meu sonho. Queria ser nutricionista.. era uma área que me fascinava, e a minha luta constante com a imagem corporal teve muita influência nesta decisão. Passei a buscar me aprofundar e conhecer mais sobre o tema, com o intuito de otimizar os meus resultados e rendimento nos treinamentos. Obviamente que minhas referências na época não eram o “PubMed” ou Jornais internacionais da área, afinal eu era apenas mais uma adolescente interessada sobre o assunto. Bastou o Google e os blogs “Hipertrofia”, “Boa forma”, “Só nutrição”, entre outros, para tornar essa busca por conhecimento em Nutrição um hobby e posteriormente a minha escolha de atuação profissional.

Anos mais tarde com o incentivo e apoio de minha família, pude ingressar na 8° melhor universidade do país, Unioeste. Onde me formo em Outubro de 2021. A faculdade me ensinou que na verdade eu sabia pouco sobre alimentação. Era uma mera contadora de nutrientes, tão eficiente nisso quanto ignorante. Sobretudo o que mais envolve a Nutrição, a ciência mais incrível com a qual tive contato, é conhecer o poder dos alimentos e a importância de cada nutriente na nossa saúde e por isso sou muito grata a todos que fizeram parte dessa caminhada.

No ano de 2020 já iniciando o quarto e último ano da graduação, no primeiro dia de estágio tivemos a infeliz notícia: ‘’aulas suspensas devido ao novo coronavírus’’. De início acreditamos que em quinze dias voltaríamos a universidade e concluiríamos o curso até o final do ano letivo, mas infelizmente a realidade era outra e o sonho de me tornar Nutricionista parecia cada vez mais distante. Mas esse ano ainda me preparava outra surpresa, eu estava num momento em que acreditava ter uma boa relação com meu corpo pois havia chegado no físico que tanto desejava, por conhecer e dominar conceitos técnicos e biológicos. Mas eu estava muito enganada. Dois meses após a paralisação das aulas em um final de semana, tive intensas dores abdominais e fui obrigada a fazer uma cirurgia de apendicite, passei 3 dias no hospital e sai com um saldo de 10kg a mais, devido a medicações e processo cirúrgico, além de ter que ficar parada por 4 meses para recuperação, o que me forçou a parar de praticar atividades físicas intensamente. Quando cheguei em casa da alta hospitalar, na mesma hora eu senti todo o vazio do qual fugira nos 4 anos anteriores, embriagada com a rotina de estudante, trabalho e treinos eu não havia percebido que meu problema só estava mascarado. Eu voltei a estaca zero me levou ao que considerei o fundo do meu poço, com a autoestima arrasada, fui me resolver da forma que eu sabia e conseguia no momento: cuidar da minha alimentação. Nunca falei isso em público, mas eu sequer sorri quando cheguei em casa, o apoio da minha família foi fundamental para eu conseguir contornar a situação.

Quando não aprendemos a lição, a vida bate de volta, desta vez eu sabia que precisava encarar de frente. Resolvi mergulhar mais fundo. Comecei a estudar sobre autoconhecimento, entender o que se passava dentro de mim e encontrar a raiz dessa desaprovação, iniciei um processo de autoconhecimento e foquei em cuidar realmente da minha alimentação, por entender a importância da saúde e não por motivos estéticos, isso seria uma consequência. Nada disso fez de mim um ser iluminado, contínuo toda enrolada entre meus desejos e aversões, como todo ser humano, mas me permitiu dar um pequeno passo em frente, discretamente mais consciente, ou menos iludida, do que antes e com as ferramentas necessárias para sair dessa situação de uma vez.

 Hoje enxergo a Nutrição de uma forma diferente, no qual aliado a conceitos técnicos e biológicos, existem também questões humanas, afetivas e sociais relacionadas a esse contexto e que devem sempre ser consideradas com o mesmo grau de importância. Expandi meus horizontes e passei a me interessar pelos aspectos comportamentais, culturais, sociais e políticos que envolvem o ato de comer e impactam naquilo que, com maior ou menor liberdade de escolha, colocamos nos nossos pratos

 Vejo que como Nutricionista, o meu papel é encontrar esse ponto de equilíbrio, considerando as circunstâncias de cada indivíduo, a fim de poder auxiliar as pessoas a alcançarem seus objetivos da melhor forma possível, trazendo a solução e mostrando os caminhos mais fáceis para alcançar o determinado objetivo, tornando a experiência alimentar cotidiana de cada um a mais adequada e prazerosa possível, sem excessos ou radicalismos. Além disso, também considero como um dever profissional difundir conhecimento científico e ensinamentos acerca da área, não só via redes sociais, mas também através do nosso contato diário com o paciente. Só assim conseguiremos formar pessoas mais críticas e sensatas em relação a alimentação, mas também poder dar uma maior autonomia para o indivíduo em suas escolhas e opções alimentares. Sendo assim, hoje posso dizer que eu não escolhi a Nutrição, foi ela quem me escolheu.

Com muita satisfação conto minha história para você. Obrigada por ter dedicado seu tempo, espero que eu possa lhe ajudar, com todo meu carinho e conhecimento.

Grande abraço,

Taynara Girardi é acadêmica do ultimo período do curso de Nutrição pela Unioeste, pós graduanda em Emagrecimento e metabolismo pela Uniguaçu. E estará fazendo parte do nosso time de profissionais da saúde, onde levará até você boas praticas na área alimentar, descomplicando a alimentação saudável.

Taynara Girardi

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